19.5.11

Estratégia...?

Eu sou um consumidor ávido de seriados. Sempre tenho dois ou três que acompanho regularmente e outros tantos que assisto esporadicamente.

Recentemente um deles tem chamado atenção demais. Apesar de não ser um grande fã, acho o seriado Two and a Half Man engraçado, mas longe de ser um "Friends" da vida. mas é legal, dá para se divertir assistindo o programa, mesmo tendo perdido um pouco do conceito original à medida em que Jake cresce e começa a se tornar o maior "half man" da história.

As repercussões das atitudes de Charlie Sheen, sua demissão do programa, deram um destaque imenso ao programa. O cara é o astro principal, só se mete em confusão (na vida real) e ainda ofende o produtor do programa, que por acaso, é seu chefe. Consegue ser demitido do programa e deixa uma lacuna, já que há milhares de fãs esperando a volta de Two and a Half Man e uma quantidade de dólares ainda maior, que deveriam entrar nos bolsos dos produtores.

Assim sendo, acharam um substituto para Charlie Sheen. No Sedentário & Hiperativo, um blog que acompanho, há uma nota recente sobre o assunto:


Mas para mim, isso ainda está mal contado. Pode até ser que Ashton Kutcher seja uma boa escolha para integrar o elenco, mas como explicar sua entrada e a saída de Charlie?

O conceito original do programa era justamente um vida boa que recebe a "visita" do seu irmão com o filho pequeno, e os dois passam a viver na casa dele, inclusive às custas dele.

Colocar o Kutcher no lugar de Sheen, simplesmente como se nada tivesse acontecido, não funcionará. E qualquer outra explicação terá que ser muito bem amarrada para que funcione. Tão boa que supere o argumento original e tome seu lugar.

Acho difícil que isso aconteça. Talvez com o passar do tempo, mas aí resta saber se a audiência acompanhará o programa tempo suficiente para que isso aconteça.

Então a minha teoria é que tudo não passa de uma grande estratégia para dar um fôlego novo à série. Uma guinada que não poderia ser explicada somente nos roteiros, e assim, seria orquestrada toda a situação em que Charlie briga com os produtores, é demitido e chamam outra pessoa para ficar em seu lugar.

Dessa forma, a vida real dá um "desconto" à ficção, que mesmo apresentando uma desculpa "meia-boca", acaba sendo aceita pela audiência.

E eu iria ainda mais longe. Faria os episódios com Kutcher e traria Sheen de volta mais ou menos na metade da temporada ou começo da temporada seguinte (dependendo da aceitação de Kutcher pela audiência).

Manteria assim os 4 astros na série, podendo criar dois núcleos separados (Kutcher e Sheen) que não necessariamente apareceriam em todos os episódios.

Assim, tudo não passaria de uma grande estratégia, desde a primeira festa de Sheen, até a sua demissão.

Será?

2.5.11

Mídias sociais para PMEs

Eu tenho visto uma série de grandes erros relacionados a mídias sociais e, por mais incrível que possa parecer, todos cometidos por empresas de grande porte. Multinacionais que tem a seu favor não apenas o contingente numérico para a perfeita execução de uma estratégia, mas também a verba necessária para tal. E mais! Ainda contam com a experiência de suas matrizes em outros países, muito mais avançados no uso das mídias sociais.

Então, como erram tão feio? Não há como determinar o que acontece internamente, sem um estudo em que sejam exploradas todas as nuances dos trâmites de informação dentro delas. Qualquer coisa que disser, será uma mera suposição.

Mas ao analisar, do lado de cá, cada um desses fracassos, é possível notar uma semelhança entre todos. Um fator comum que insiste em aparecer em todos os casos de náufrago estratégico em mídias sociais. As empresas parecem não ter entendido que ter "presença em mídias sociais" não significa ter uma conta no facebook, orkut, Twitter, Linkedin ou outros similares por aí.

A tal "presença" nas mídias sociais é determinada pelo principal propósito delas: a interação.

Não basta ter a conta e publicar posts que nada mais são do que propaganda dos seus produtos e sequer responder a um seguidor que envia uma mensagem direta, ou responde ao twitt.

E pior ainda é quando não levam em conta o poder da divulgação em massa das mídias sociais. Enquanto as empresas não interagem com seus clientes, estes já interagem o tempo todo com centenas ou milhares de pessoas. Assim, passam inclusive a usar de forma errada o poder das mídias sociais, já que uma reclamação torna-se um tsunami de RTs e visualizações do vídeo com a devida reclamação do consumidor insatisfeito, cujo link é enviado e reenviado incansavelmente pela rede.

Hoje em dia, todo mundo está dizendo que é preciso estar nas mídias sociais. Que é preciso investir nelas e quando algo dá errado, saem bradando o hino da força das mídias sociais. Isso tudo é pura inércia. As pessoas falam, mas ninguém para para pensar em como se deve fazer isso.

As PMEs devem aprender com o erro das grandes corporações. Normalmente as PMEs contam com pouca ou nenhuma verba de divulgação. E como fazer um bom trabalho de divulgação se cada inserção na mídia é cara? E além disso são necessárias várias delas e por um tempo determinado para que se tenha a fixação da mensagem?

As mídias sociais podem ser uma excelente opção, já que seu custo é praticamente zero.

Antes de mais nada é preciso entender que, um perfil no facebook ou twitter significa um canal com o consumidor em potencial. Mas diferente do que acontecia antes, este canal é, obrigatoriamente, de duas vias. Sempre.

Preferencialmente de resposta imediata. Isso porque quem está habituado a usar as mídias sociais, espera um retorno quase instantâneo da sua requisição. É normal, já que funciona assim entre seus amigos. Se tiver uma dúvida ou reclamação ele não usará oo e-mail ou telefone para falar com a empresa. Envia um twitt, mensagem direta, ou scrap, ou algo que o valha. E possivelmente ficará esperando pelos próximos 2 ou 3 minutos a resposta.

Então, criem páginas para suas PMEs, mas não esqueçam de estar on-line sempre.

Depois, vem a questão: "o quê divulgar"?
Isso depende muito do segmento de cada PME, mas se seguir uma média de 80% de conteúdo para 20% de propaganda, estará dentro de um padrão razoável e possivelmente criando uma legião de interessados em sua marca.

Qual a diferença entre conteúdo e propaganda? Simples. Tudo que diz respeito à sua empresa diretamente, é propaganda. Tudo que for pertinente ao ramo de atuação, mas não diretamente ligado à sua empresa é conteúdo.

Tomemos como exemplo uma loja de artigos esportivos. Qualquer notícia relacionada a esportes é interessante aos seus seguidores. Não é preciso patrocinar o evento, nem ter um link direto do tipo: "Caminhada pela paz no dia 10. Comprem seu tênis aqui!". Na verdade isto deve ser evitado.

Mas a notícia da caminhada é pertinente. Assim como resultados do futebol, previsão do tempo para o fim de semana, previsão de ondas, volume de rios, etc.

Entre uma coisa e outra, vai um link com as últimas ofertas da loja. Sutil.

Neste ponto já dá para se perguntar: "Pérai! Se eu ficarei fazendo isso o tempo todo, quem cuida da loja?"

Uma excelente pergunta, eu diria. O ideal é ter uma pessoa para gerenciar essas mídias. Hoje em dia estão criando os cargos de "Analista" e "Coordenador" de mídias sociais. Já vi até "Gerente de mídias sociais". Na minha opinião é uma tremenda bobagem.

Se você dispõe de um departamento de marketing, é lá que estará o gerenciamento delas. No máximo pode-se contratar uma pessoa que tenha afinidade com elas para realizar a manutenção da informação. Mas com um pouco de organização, até mesmo uma empresa em que o dono faz tudo, é possível ter uma boa presença em mídias sociais.