18.2.11

Su casa, mi casa

Não, o título não está errado. Eu decidi invertê-lo justamente para ilustrar o meu ponto de vista como consultor. Quando eu atendo um cliente, não estou lá pensando na minha consultoria em si. Penso no negócio do cliente como se fosse meu. Qual o problema? O que precisa ser feito? O que está errado? E é a partir desse ponto de vista que faço todas as sugestões e monto as estratégias.

Mas eu vejo alguns comportamentos no mímino incoerentes no empresariado brasileiro. Não posso dizer que seja a maioria, porque não atendi uma parcela tão grande do mercado. Na verdade, atendi uma parcela bem pequena.

Mas o que posso ver é que existem pequenos empresários que sempre serão pequenos, devido exclusivamente ao seu ego. Não se trata de pessoas que dizem: "Eu sei do meu negócio e não preciso de ninguém." Esse tipo invariavelmente acabará falindo, ou perderá muito dinheiro.

Eu faço referência àqueles que querem crescer, querem progredir, mas não sabem como. Então, chamam um profissional do mercado para ajudá-los, mas não aceitam as sugestões de melhorias e acabam por não impementar nada, consequentemente também não mudam nada.

Alguns erros comuns:

1) Eu não preciso mudar nada:
Se não precisasse, não estaria chamando um profissional de marketing ou uma consultoria em gestão. Seja qual for o motivo pelo qual o fez (muitas vezes é o fantástico "preciso ganhar mais"), se estivesse tudo bem com a forma como está fazendo as coisas, não precisaria chamar ninguém.

2) Quero só um anunciozinho: Ou um mail-marketing, ou folheto, marcador, brinde, etc. Isso não resolve nada. Serve como parte de uma estratégia maior, como um reforço a uma ação realizada, mas nunca como ação isolada. Se você precisa de mais clientes, precisa antes entender porque eles não estão indo até você.

3) O "fulano de tal" o master-blaster da área não faz isso, porque eu deveria?: Simplesmente porque você não é o "fulano de tal" master-blaster. É sempre positivo ter profissionais da mesma área como um norte. Saber quem são as referências no mercado e querer chegar ao mesmo patamar. O que nunca se deve fazer é achar que, porque fulano ou ciclano não faz isso hoje, eles nunca tiveram que fazê-lo em algum momento. Ninguém começa no estrelato, há um caminho até se chegar lá, é preciso respeitar as etapas.

4) Eu tenho um(a) amigo(a) que faz isso, sem receber nada. Porque eu deveria pagar um profissional para isso?: Porque seu(sua) amigo(a) não é profissional e você perderá tempo e dinheiro até que saia algo bom. Isso SE sair, pois o mais provável é que nada seja aproveitável. Fotografia é um meio onde isso acontece muito. É comum escutar "mas eu tenho uma máquina. Esta não serve?", "Ah! Meu amigo tem uma máquina, vou pedir para ele fazer a foto". Acontece que ter uma máquina não faz de ninguém um fotógrafo. É complicado realizar uma sessão de fotos. Se tiver modelos envolvidos é ainda mais difícil, e ao contrário do que se pensa, não é um processo rápido. O fotógrafo profissional passa anos estudando e desenvolvendo sua técnica e cada um é especializado em uma coisa. Quem fotografa produto não fotografa moda, e vice versa. Claro que há exceções, mas são raros. Isto serve para todos os fornecedores que você tem. Um bom profissional tem seu preço, não é assim com o seu produto?

5) Achar que seu negócio é feito para você: Se acha isso, já começou errado. Seu negócio, seja lá qual for, é feito sempre para o cliente, especialmente quando ele realiza o serviço dentro do seu estabelecimento. Uma lan house, salão de cabeleireiros, sorveteria, pizzaria, bar, café... Seja o que for, seu ambiente deve estar adequado com o seu negócio. Há sempre um conceito a seguir, um tema central que define seu negócio. Essa é a mensagem que deve ser passada ao seu cliente. Portanto, de nada adianta você se achar equiparado ao bam-bam-bam do seu segmento, ter preços equivalentes, se o ambiente que você entrega ao cliente é "meia-boca". A comunicação diz tudo. Quem você é, o que faz, qual a sua proposta. Tudo deve estar de acordo com seu conceito. Se não sabe qual é, descubra rápido.

Para que você possa mudar e melhorar seu negócio, é preciso ter humildade para aceitar as mudanças que são necessárias e deixar a preguiça de lado e fazer o que é preciso para chegar lá. Nenhuma mudança é feita sem alguma resistência, mas se são os donos/chefes que se opõem a elas, quem dirá os funcionários?

Não existe melhoria só fazendo as mesmas coisas de sempre.

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